O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, afirmou em Bruxelas que a União Europeia não será levada a sério se desrespeitar as metas acordadas no quadro do plano de combate às alterações climáticas e melhoria da eficiência energética, informa a Lusa.
Barroso falava no Parlamento Europeu, por ocasião da apresentação do pacote energético, que inclui o «roteiro» para o cumprimento das metas acordadas em Março de 2007 e a divisão de esforços entre os Estados-membros para as alcançar.
No ano passado, os 27 acordaram reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, principalmente o dióxido de carbono (CO2), em 20 por cento até 2020, e aumentar a parte das energias renováveis para 20 por cento do consumo total, igualmente em 2020.
Estes alvos foram postos em causa sobretudo pelo sector da indústria, mas Bruxelas manteve-os, tendo Barroso afirmado esta quarta-feira que discorda «daqueles que dizem que a mudança tem um custo demasiado elevado e não resta alternativa a enterrar a cabeça na areia e esperar pelo melhor».
«Há um custo, mas é exequível», afirmou, apontando que o esforço adicional para levar a cabo estas propostas será menos de 0,5 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020, e mesmo no mais optimista dos cenários a «inacção representaria dez vezes mais que isso».
Por outro lado, defendeu, a transição para uma economia de reduzidas emissões poluentes constitui «uma oportunidade económica imensa» para a Europa, e o sector das energias renováveis, por si só, criará um milhão de postos de trabalho até 2020.
«Estou certo de que a indústria europeia irá mostrar a sua capacidade para inovar e se adaptar».